segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
E o coletivo ia se situando, cada vez mais, como cardume, eram sensações e passos semelhantes que fazia com que, ainda que a vontade de sair existisse, todos ficassem.
“As obras de arte relacional promovem encontros intersubjectivos, cujos significados são construídos colectivamente e não numa esfera de consumismo individual. Ao contrário de uma obra autónoma que transcende o seu contexto, a arte relacional está condicionada ao seu ambiente e ao seu público. A relação obra de arte/espectador sofre uma transformação, no sentido em que o espectador já não observa a obra do exterior, mas passa a integrá-la, inserindo-se no colectivo, criando uma comunidade com carácter temporário ou utópico. A obra, aberta ao espectador, necessita da sua colaboração para se completar. Nicolas Bourriaud, considerado o “pai” da Estética Relacional, refere que não se trata apenas de uma teoria de arte interactiva, mas também de uma resposta à transição de uma economia produtora de bens, para uma economia produtora de serviços ou de pós-produção. É ainda vista como alternativa às relações virtuais da Internet e à globalização, que, depois de terem criado um fosso abismal no contacto corpo a corpo, mais não fizeram do que incitar o desejo de maior proximidade física com o interlocutor. A Estética Relacional desafia-nos a reformular a relação espaço/tempo”. (FILIPA ARANDA, Estética Relacional. Disponível em: http://filiparanda.wordpress.com/2010/01/27/estetica-relacional/ Acesso em: 22.02.2010)
Ana.
sábado, 13 de fevereiro de 2010
A gente reinventa memórias todos os dias. As nossas e as dos outros.
Às vezes eu tenho a impressão de encarar a realidade sempre diferente, tentando ser sempre quem eu quero ser, nessa busca mesmo. Buscando nos outros memórias nossas e tirando de nós memórias de outros também. Mas elas sempre ficam. Quando a gente não reage conscientemente a isso, o corpo responde, ele lembra. E como ele lembra!
A memória é tão particular, mas as sensações da lembrança são sempre universais, existe sempre identificação. Deve de ser por isso que o cardume, vez ou outra, vira à esquerda e vai em frente, sem tem porquês.
“Eu ainda tô me transformando no que eu quero ser”. Acho que é isso, a gente sempre está.
Começamos a caminhada, com os primeiros passos e cheios de coisas pra lembrar.
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
Um devir necessário... Um trânsito interior.
Passos alados em busca de companhia.
-Joga as tranças!
Foto: Lina Lopes
Um descanso na loucura.
Minha mala-casa.
Meu sonho de vento.
Foto: Lina Lopes
De onde vim, do mar, já não me cabiam as ondas. As janelas explodiram. Eu chorei.
Foto: Lina Lopes.
As portas estavam fechadas.
Eu perdi as chaves.
Tempo.
Espera.
Na mala? Saudade.
Foto: Lina Lopes.
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
Terceiro dia de trabalho - imagens
Segundo dia de Oficina
A CURVA QUE TROUXE O VENTO.
Para Potyra e Carol
- Me largaram e nem olharam para trás.
- Estava novamente rodeada por muitos.
- Eu fiquei só...
- Me lembrei do tempo em que andava sozinha.
- Parada...
- Sem fluxo era o meu fluxo...
- A espera do nada...
- Era só onda...
- Eles continuaram seu rumo. A cada passo longe, cresciam, ganhavam força com a distância.
- Procurava fissuras e seguia de encontro a multidão.
- Era só onda...
- Era só onda...
- Até que veio uma curva, e nela, uma alegria...
- uma felicidade instantânea.
- Estão voltando.
- Estamos de volta.
Tudo vem do vento. Para Recy e Alan.
- O vento é único.
- uma massa de ar que corre na direção do nada.
- nada numa corrente...
-correntes que passam...
- de um rio que corre...
- corre junto para um lugar que não existe...
- Existe quando junto.
- Quando junto, é minha memória partilhada. Dói!
- Sou parte de cada um, mas não sou nenhum deles. Caminho só, mas vou junto com eles, lavando meu coração com as lágrimas da partida, porque me levaram junto. Mas, eu fiquei.
Cordão Umbilical
Para Giovana Araújo.
- Cordão umbilical é estar conectado. É ser total no outro. A maternidade é esta conexão para o resto da vida.
- Me cortem esse cordão umbilical. Me joguem um balde de gelo para que possa deixar de me importar com conexões.
- Não há liberdade sozinho. O ar solitário e preso não sente a brisa doce do tempo.
- Meu corpo queima, teima em procurar conexões.
- Respiro em ti, me entrego a ti, sou um pouco mais de mim, em ti.
- Me joguem um balde de gelo!
- Retorno sozinha para dentro de mim, e me junto novamente, sem saber, reunindo os pedaços que se atiraram longe.
O MOMENTO, para Maria Bethânia, Neto Barbosa e Monique Oliveira.
No compasso-não compasso- que o passo vai,
No compasso que vem,
“Tudo” é fio. “Tudo” convexo.
“Tudo” mundo. Todo mundo.
Um universo silencioso e gritante.
Contra ou a favor.
Do olhar dos mínimos que forma “tudo”.
Quanto “tudo” dentro e fora de mim?
E se dentro já for fora? E fora já for mais dentro, ainda?
Memórias...
Pedaços de passado que se fazem presentes.
Nossas marcas.
Em nosso corpo.
E coisas não ditas.
“Tudo ligado como um âmbar elétrico”.
Provocação
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
ATOR-DRAMATURGO, A MEMÓRIA EM NARRATIVA
Periodo: 08 a 11/02/2010.
Hora: 18:30 as 22:30 hs.
Local: Sede do Facetas, Mutretas e outras Histórias