terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

A oficina começou ontem dia 08/02. O primeiro dia de trabalho se dividiu em dois momentos. Na primeira parte, a partir de estímulos físicos (música) e pelo deslocamento no espaço, o grupo foi estimulado a perceber o corpo enquanto materialidade da memória. Um corpo sozinho, umahistória de vida. Um corpo de encontro ao outro, um corpo social, uma memória compartilhada. O trabalho em grupo, através dos deslocamentos propostos tinham como identidade a caminhada, seu ritmo e pulsar internos ao grupo. A partir desse estímulo, os participantes foram estimulados a criação de textos poéticos que retratassem a experiência vivida. Seguem alguns textos:

Visão embaçada.
O cardume ia junto sem pensar para onde, mas por quê?
O porquê ele parecia saber, sem ter porques.
Era um depressa devagar ou um devagar depressa?
Visão desfocada.
O movimento do cardume parecia paralizado.
Ele ia indo, por dentro da chuva, ao encontro de...
Ele ia indo porque sabia que...
Por dentro da sala ia percebendo que...
Era um cardume.
Nada mais.

Ana Carolina Marinho

O MOMENTO

No compasso -não compasso - que o passo vai
No compasso que vem,
"Tudo " é fio. "Tudo" conexo.
"Tudo" mundo. Todo mundo.
Um universo silencioso e gritante.
Contra ou a favor.
Do olhar dos mínimos que forma o "tudo".
Quanto "tudo" dentro e fora de mim?
E se dentro já for fora? E fora já for mais dentro?
Memórias ou simples estar.
Coisas não ditas.
"Tudo ligado como um âmbar elétrico."

Autor desconhecido.

E a noite que chegava não era tão bonita quanto aquele fim de tarde... Olho saboreava as cores e salivava a cada tom. Todos os sentidos reunidos, fragmentar seria declarar decomposição.

Autor desconhecido

... e no fim, o prazer da partida, sentida e necessária, partida sábia, de desapegos em alinhos. Partidas para alinhar o tempo das coisas. Sou eu e todos eles.

Titina Medeiros.

Não há liberdade sozinho
o ar solitário e preso
Não sente a brisa doce do tempo.
Respiro no outro,
Me entrego ao outro,
sou o outro.
E então, enfim, livre!

Enio Cavalcante.

Mais textos virão...

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. como é poder ser um corpo sem orgãos como propos o Artaud? Essa é uma questão, uma pergunta, uma provocação que me acompanha já há um tempo. junto com isso aparece o pensamento do Focault e a micropolitica e os organismos vivos que somos nós... estes atores nesse mergulho numa dramaturgia pessoal e coletiva e também o inverso disso... Eu e ele, eu Cris, ele Alex, estamos no devir um outro que somos nós! pra onde vamos? não sei, nem quero saber ainda...quero devir muito e mais devir!!!!!!kkkkkkk! Ah! e devir o João tb claro, kkkkkkkkk! cristina moreno

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  3. ...e Adriana Calcanhotto nos acompanhava. colocando em signos, palavras, música, o que sentiamos nO MOMENTO. "âmbar" é letra dela.

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