João Júnior é ator e diretor de teatro, licenciado
em Artes Cênicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte
(UFRN). Trabalhou com o Grupo de Teatro Clowns de Shakespeare (Natal/RN)
durante quatro anos, participando como ator da montagem do espetáculo Muito
Barulho por quase Nada, no qual percorreu os principais festivais de teatro do
país (FIT – São José do Rio Preto, Janeiro dos Grandes Espetáculos (Recife-PE),
Festival de Inverno de Garanhuns (PE), Festival Palco Giratório (2006), entre
outros.)
Fez parte também como ator e diretor
da Cia dos Pequenos Atos durante a montagem de Barra/Shopping.
Como ator-pesquisador integrou
durante três anos o Laboratório de Encenação da UFRN sob a orientação do Prof°
Doutor Marcos Bulhões, participando como ator e equipe de direção do
espetáculo Esperando Godot com direção de Marcos Bulhões. Junto ao
Laboratório de Encenação realizou vários experimentos cênicos.
Na área de formação foi professor de
teatro do Centro de Pesquisa e Formação Teatral da Fundação José Augusto
(2004-2008), bem como, ministrante de cursos e oficinas pautadas na memória
como campo de atuação do ator na construção de dramaturgias. Na área de
orientação artístico-pedagógica faz parte do Programa Vocacional e PIÁ da
Prefeitura da Cidade de São Paulo e participou do Projeto Ademar Guerra (2010).
Nascido em Natal/RN atualmente mora
em São Paulo/SP onde desenvolve uma pesquisa sobre a autonomia criativa do ator
através de um processo de construção de dramaturgia pautado no registro em
vídeo de histórias de vida e narrativas orais daqueles considerados subalternos. O
termo subalterno descrito aqui encontra ressonância nos estudos
subalternos iniciados nos anos 80 na Índia em busca de refletir a própria
história sul-asiática em sua condição de mundo colonizado, bem como, de
criticar o pós-colonialismo. O termo “subalterno” se refere aqueles grupos de
marginalizados que não possuem voz ou representatividade em decorrência de seu status social.
Trata-se de um atributo geral relacionado à subordinação a sociedade em termos
de classe, gênero, idade, casta e trabalho. A ideia de investigação e
instauração de processos criativos em dramaturgia dá-se neste exercício de
alteridade, de confecção de uma prática de pensamento para o ator em contato
direto com as ditas subjetividades lixo¹ (Suely Rolnik) num
exercício de fricção com tais realidades e de aproximação de mundos.
Recebeu os seguintes prêmios e
editais:
- Cena Aberta (2005) – Casa da
Ribeira para montagem do espetáculo Barra/Shopping;
- Premio de Teatro Myriam Muniz
(2007) para pesquisa do projeto Quando a justiça se cala...;
- Prêmio de Teatro Myriam Muniz
(2009) com o projeto Inventário para montagem, pesquisa e temporada do
espetáculo Portar(ia) Silêncio.
- Ocupação dos espaços culturais
da Prefeitura da Cidade de São Paulo (2011) para a temporada do Espetáculo
Portar(ia) Silêncio no Centro Cultural São Paulo.
- Proac de Artes Visuais -2011 com
o projeto Daqui a pouco o peixe pula... com a artista
plástica Julia Salgueiro (em andamento);
- Troféu Cultura -2007 no estado
do Rio Grande do Norte de melhor espetáculo com Studio Ribeira (direção);
- Melhor espetáculo do Festival de
Teatro Nordestino de Guaramiranga (2004) com o Grupo de Teatro Clowns de
Shakespeare (ator);
- Em 2010 estreou o espetáculo
Portar(ia) Silêncio cumprindo temporada no Teatro Municipal de São Gonçalo
do Amarante (São Gonçalo do Amarante-RN) e Salão Nobre do Teatro Alberto
Maranhão (Natal/RN) através do Premio de Teatro Myriam Muniz. Participou
do projeto Fim de Tarde do Teatro Alberto Maranhão, apresentou-se no
Espaço Pyndorama da Cia Antropofágica (Dez/2010), SP Escola de Teatro
(jul/2011), Mostra de Inverno de Experimentos Teatrais na Sede Luz do
Faroeste, do Pessoal do Faroeste em São Paulo (Jul/2010), cumpriu
temporada no Centro Cultural São Paulo durante os meses de outubro e
novembro de 2011.
Hoje, é integrante do Coletivo Estopô
Balaio de Criação, Memória e Narrativa onde desenvolve uma pesquisa com
porteiros da cidade de São Paulo resultante no espetáculo/instalação Portar(ia)
Silêncio, assim como o Projeto Daqui a Pouco o Peixe Pula...
com a memória social do bairro Jardim Romano no extremo leste paulistano,
alagado pelas chuvas durante os três meses iniciais do ano de 2010. O coletivo
realiza uma ocupação poética no bairro onde oficinas de memória e narrativa,
grafite e perna de pau resultarão em performances cênicas realizadas pelos
moradores nas ruas do Romano, tendo os grafites de Ignoto (grafiteiro do
bairro) como meio de intersecção poética. A pesquisa resultará numa experiência
cênica entre atores e moradores refletindo esse processo de imersão poética
nesta memória esquecida do leste paulistano.
Desenvolve ainda trabalhos na
construção de dramaturgia com o público da melhor idade num exercício de
mergulho na memória através da oficina de criação Dramaturgias do Silêncio.